24.4.17

de volta

Foi o período mais longo que estive sem aqui vir desde que o blog existe. Não me esqueci deste meu espaço, senti falta de escrever (sobretudo de registar pensamentos) e houve pessoas (da querida meia-dúzia que o conhece) que me perguntaram: Então e o blog? Nunca mais escreveste. Obrigada Laura, Roxy, Inês, Mãe (e Manel, claro) por perguntarem e insistirem para continuar.


Fotografia de Kalle K | Unsplash

O ano que ficou para trás (falo de 2016) foi um ano de muito trabalho (envolveu mais fins-de-semana at the office do que qualquer outro). Proporcionou-se bastante trabalho extra que, coincidentemente ou não, se encaixou na necessidade que tive de manter a cabeça ocupada e esquecer um bocadinho o que me/nos rodeava.

Nos últimos meses do ano, ou último semestre, encarámos uma situação próxima (não nossa) que nos afectou individualmente e enquanto casal. Foram meses em que vivemos um pouco em modo automático. Creio que o termo correcto é sobrevivemos [releio e parece-me drástica a forma como escrevo. Talvez, mas a verdade é que não fomos nós nesses meses].

Os dias passaram por nós sem que os vivêssemos, era só um dia atrás do outro. Foi uma fase menos boa — e cujo desfecho não dependia de nós. Não justifica a minha ausência, seria uma desculpa fácil, mas explica em parte a falta de vontade para escrever e partilhar. Senti falta mas não tive qualquer vontade de me expor (mesmo que apenas para a querida meia-dúzia).

Entrei em 2017 sem expectativas. Logo eu: pessoa de resoluções, planos e listas. A "poeira assentou" e tem sido um ano calmo, de reencontro. De reencontros. Tenho reencontrado amigos com muito mais frequência (curiosamente sem que o planeasse, tem acontecido) e temos estado, os dois juntos, com mais amigos também. Tem sido muito bom. Tem sido leve.

16.11.16

querida olívia

Não correu nada como tínhamos planeado. Queríamos ir buscar-te juntos, numa tarde solarenga de sábado em estilo passeio, para "te escolhermos" de entre os teus irmãos. Queríamos preparar a tua chegada, comprar tudo o que seria necessário. Mas trocaram-nos as voltas. Ligaram quarta-feira: já estavas disponível — e os teus irmãos todos destinados. Tínhamos de aparecer até sexta-feira ou ficávamos sem opção de escolha. Sexta? Impossível, não consigo. Trabalhava o dia todo e tinha um jantar com amigos cá em casa, como ir até Coruche?

O Manel perguntou-me se confiava na sua escolha e surpreendi ambos com um sim, claro, tens muito mais experiência com cães do que eu. A verdade é que estava com uma semana bastante preenchida. Relativizei e confesso que não pensei muito no assunto — até receber uma fotografia tua, doce e assustada, dentro de uma caixa de cartão já no carro. Não sei explicar muito bem o que aconteceu mas dizer que me apetecia cancelar o jantar dessa noite (cá em casa, relembro) para te ir receber é capaz de ser ilustrativo (queridos amigos do jantar, não levem a mal).

Esperei ansiosamente até sábado à noite para te conhecer, pequena Olívia. Já estavas menos assustada mas ainda não estavas totalmente à vontade. Deixavas que te fizéssemos festas mas ainda não vinhas ter connosco quando te chamávamos — e ficavas com um ar aterrorizado quando te pegávamos ao colo. Foste o nosso bebé três noites. Ficaste no nosso quarto e não te davas por satisfeita com a manta quentinha no chão, a nossa cama era muito mais confortável. Acordei quase de hora a hora contigo a puxar-me o pijama — acorda, dá-me atenção — mas não me importei. Tu, sim, estavas sempre quentinha.

Tens um pêlo muito sedoso, olhos azeitona e almofadinhas das patas ainda cor-de-rosa. É quarta-feira e já estás mais do que integrada na casa da quinta. Conheces-nos bem. Corres feliz atrás dos meus pés, como se os mesmos te desafiassem, e fazes uma festa quando nos vês. Adoras os atacadores dos nossos sapatos e a água da chuva nos vasos do jardim. Começas a dar cabo dos sofás da Lolo, vamos ter de controlar essa parte, e ainda fazes algumas asneiras em casa — mas não faz mal, és pequenina :) Quem já te conheceu não ficou indiferente. És adorada por todos.

Espero que sejamos capazes de te dar o que nos dás.

Olívia

1.8.16

atalho

Sempre que combino um jantar com a minha amiga Jacinta acabamos, invariavelmente, no Mercado de Campo de Ourique — onde por sua vez optamos sempre pelo Atalho do Mercado. Jantámos juntas há duas semanas atrás e não fugimos à regra. Tendo a ser muito pouco original quando vou a restaurantes que já conheço, optando quase sempre pelos pratos que já experimentei e que sei que vou gostar (boring, eu sei, mas sou feliz assim — tenho a certeza de que acabo satisfeita). Passa-se o mesmo com o Atalho: só conheço o pica-pau e o bife do lombo, ambos no prato (existe a opção no pão para o bife do lombo) e não sei se preciso de conhecer mais, já sou bastante feliz assim :)

Para apreciadores de (boa) carne: vale muito a pena. A carne de vaca é mesmo muito boa (tenra e suculenta), as batatas wedges a acompanhar fazem a diferença e a salada distingue-se pelo tempero e cebola roxa (excelente para quem aprecia) — mas o destaque vai mesmo para a carne, insisto. Quanto ao pica-pau, que experimentei antes, é igualmente bom (rendo-me facilmente quando entra bolo do caco na equação) mas não tão marcante como o bife do lombo. Bons molhos a acompanhar em ambos os pratos. O serviço é neutro (nem simpáticos nem antipáticos) e não é o mais rápido, em contexto de mercado, mas é compreensível (a carne precisa do seu tempo) e vale a pena a espera.

Recomendo. Fico sempre com vontade de voltar.

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28.7.16

férias forçadas

Fotografia de Thomas Lefebvre | Unsplash

Viemos passar o último fim-de-semana à quinta. Eu tinha planos por Setúbal e o Manel ficava mais perto do seu destino no Alentejo. Chegámos tarde e fomos direitos à Casa do Mar, um dos nossos restaurantes preferidos, ansiosos que estávamos de algum tempo de qualidade a dois (não é um espaço romântico, até é um pouco barulhento, mas o robalo de mar e o caril de camarão compensam). 

A verdade é que até ao fim-de-semana passado andámos com horários bastante trocados — cada um com o seu trabalho — e vidas quase paralelas com diversos "não esperes por mim para jantar" ou "parece que trabalho no fim-de-semana". Um jantar a dois, de preferência não preparado por nós, era tudo o que nos apetecia para relaxar um pouco.

E correu tudo bem. Sábado, cada um para seu lado: Manel na cortiça e eu com os meus. Domingo idem: Manel na cortiça e eu com os meus (fim-de-semana de mimo em casa da Avó Céu). Tudo apontava para que domingo à noite regressássemos a Lisboa, como sempre — e quase sempre com uma ligeira depressão. Mas não aconteceu. Estamos na quinta desde então, faz amanhã uma semana.

O Manel não se sentiu bem no domingo à tarde, ainda no calor de Coruche. Teve uma viagem complicada (complicada é eufemismo) até à quinta e um final de tarde dantesco. Poupo-vos aos detalhes e vou directa ao assunto: uma crise de pedras nos rins, cujas dores dizem ser semelhantes às de parto. Foi uma estreia mas não foi totalmente surpreendente pois corre na família — e não deixou de ser crítico.

Sim, a fotografia que ilustra este post é todo um contraste

E como disse estamos por cá há quase uma semana — e tirando domingo e segunda-feira, em que teve dores complicadas, os restantes dias têm sido mais calmos. Idas a Lisboa apenas para ir ao médico mas vida centrada por cá. Eu, que só tinha cuecas suficientes para o fim-de-semana e mais um dia — levo sempre uma cueca a mais —, tinha trazido o mac comigo e tenho usufruido do facto de trabalhar remotamente.

O Manel está de férias forçadas. Pode fazer viagens de carro mas nada que implique saltos e movimento, logo está bastante limitado a nível profissional. Eu não estou de férias mas é como se estivesse. Tenho trabalhado normalmente mas a quinta, o campo, Setúbal ou talvez o simples facto de não estar em casa levam a que sinta que estou de férias.

Trabalho as mesmas horas e faço a mesma rotina (vou ao supermercado, cozinho, arrumo, leio, apenas não vou ao ginásio) mas os dias são mais longos. Garanto que são (ou são apenas na minha cabeça). A verdade é que por vezes sinto que Lisboa me (nos) consome. Não tenho dúvida de que me (nos) cansa e que a vida no campo é algo que nos atrai, aos dois. Hoje, com a vida que temos, seria possível — mas e amanhã?

Conclusão: as nossas férias só serão em Setembro mas esta semana, apesar das circunstâncias, foi uma aproximação. E o Manel... Está em stand-by. Sente-se bem, com um ligeiro incómodo que aumenta de cada vez que abusa um bocadinho, mas sempre na expectativa de que as dores possam voltar. Creio que no próximo domingo, ou mesmo antes, voltamos para casa mas... Não me (nos) apetece muito.

25.7.16

dois.três.três

Há três semanas almocei com a minha amiga Margarida (há três semanas, é este o delay deste blog) no Dois.Três.Três. Já lá tinha ido lanchar sozinha e outra vez com o Manel, lanchar também. O espaço é muito giro, fazia falta algo assim nas redondezas — se não fugirmos para Campo de Ourique não há nenhuma oferta cozy na área Rato-Amoreiras (e na realidade em Campo de Ourique também não há muita oferta dentro do mesmo estilo).

Rendi-me aos lanches — bolo de chocolate (com alfarroba e cacau na base) e tarte de amêndoa (acho que era tarte de amêndoa, não me lembro ao certo, muito boa) — mas não fiquei tão satisfeita com o almoço. Optei por umas pataniscas de legumes com arroz e salada e confesso que achei um pouco "sem graça". Creio, no entanto, que se tratou apenas de um dia/escolha infeliz pois já vi ementas e fotografias na página de Facebook com óptimo ar.

Valeu pela conversa e reencontro com uma amiga querida — e a decoração enche, de facto, a vista. Acho os preços um pouco desadequados para a oferta/zona — não estamos propriamente no Chiado — e o atendimento não é o forte do espaço, essencialmente ao nível da (ausência de) simpatia natural, não tanto pelo tempo de espera. No entanto, fico com vontade de voltar para, uma vez mais, lanchar e fazer uma pausa no mini-pátio nas traseiras.

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10.7.16

invisalign - continuação

Retomo o tema invisalign, que comecei aqui. Antes de avançar com o tratamento fiz algumas pesquisas na internet e não encontrei muitas experiências pessoais relativas ao mesmo em português — e aquelas que encontrei não partilhavam muitos detalhes, especialmente dos primeiros tempos. Espero contribuir um pouco com um testemunho real já que é um tratamento que exige alguma ponderação, pelo investimento financeiro e pela disponibilidade necessária.

O invisalign é um aparelho dentário móvel. Aliás, são vários aparelhos móveis, muitos até. São aligners transparentes que se trocam de 15 em 15 dias até o tratamento estar concluído. Tal como o nome indica, o invisalign pretende alinhar os dentes da forma mais invisível possível. O nome não foge totalmente à verdade, é de facto mais discreto que um aparelho fixo metálico, mas num contacto íntimo ou próximo nota-se ligeiramente.

No entanto, é um notar com o qual se vive bem. É, acima de tudo, um aparelho removível. Deve ser retirado para as refeições — para o tratamento correr perfeitamente, apenas para as refeições — mas pode ser retirado em qualquer outra situação. Um jantar de amigos. Uma entrevista de emprego. Uma festa. Um casamento. Tira-se por umas horas e coloca-se mais tarde — e foi isso que me convenceu: poder retirá-lo num dado momento em que quisesse sentir-me totalmente bem e confiante.

Como funciona?

Não vou entrar em detalhes técnicos, há muita informação aqui, em português. Explico apenas que com as radiografias e os moldes (tal como para um aparelho fixo) é criado um plano de tratamento (que fica disponível em 3D, o que permite ver como irão ficar os dentes no final do tratamento). O processo do paciente segue para os EUA, onde os aligners são produzidos (os aparelhos removíveis que se vão trocando de duas em duas semanas) e de seguida enviados para Portugal.

Contei aqui a primeira parte: selecção da clínica, radiografias e moldes. Entretanto o processo seguiu para os EUA e passadas umas semanas recebi um telefonema a dizer que os aligners tinham chegado.

O primeiro dia

Tive consulta num final de tarde de quarta-feira. A consulta foi longa, duas horas, pois ainda eram necessários alguns preparativos, como a colocação de alguns attachments. Já sabia que teria de colocá-los e estava com algum receio de que se notassem pois parecem piercings dentários, não de todo o meu estilo. Mas na realidade não se notam quase nada. Ao contrário dos piercings, que costumam ser brilhantes, são do tom do dente e passam despercebidos. [Pequeno detalhe: nem todos os casos exigem a colocação de attachments.]

Duas horas depois estava tudo pronto (os attachments têm de ser colocados e secados, um a um, todo um processo) e... Entrei em pânico. Experimentei o primeiro aligner e não consegui tirá-lo sozinha. O meu dentista tirava-o facilmente com um dos seus instrumentos mas eu, que deveria fazê-lo com os dedos, só dizia não consigo, não consigo. [Para quem estiver a pensar utilizar: calma, é só a primeira vez, os aligners estão adequados aos nossos dentes e entram e saem facilmente.]

Acabei por conseguir tirar e voltar a colocar sozinha. Saí do consultório com os primeiros aligners nos dentes e parecia-me que ocupavam muito espaço. Sentia a boca, as gengivas e o interior das bochechas um pouco (bastante?) magoadas. Sentia-me inchada. O Manel foi buscar-me e entrei no carro com as mãos à frente da boca. Não vejas, não vejas, nota-se imenso (consigo ser bastante infantil nestas situações). Mas na verdade custava-me falar e estava um pouco de pé atrás com toda a situação.

A primeira semana

A primeira noite e os primeiros dois, três, talvez quatro dias foram... Chatos. O meu pensamento constante era mas o que é que fui fazer ou isto nota-se imenso ou ainda será que vai ser sempre assim? Sou avessa à mudança e demoro a adaptar-me a coisas novas. Sou assim com quase tudo na vida e não foi diferente com o invisalign. No entanto, olhando para trás agora até acho que me habituei depressa. Quatro dias, num tratamento de dois anos e picos, não é nada.

A boca continuava magoada e custava-me falar. Tirava os aligners para falar ao telemóvel com alguém e sentia-os o tempo todo. O facto de trabalhar em casa e de não ter de falar com muitas pessoas foi uma bênção nos primeiros tempos. Mas mesmo assim sentia os aligners constantemente. Salivava bastante (babava-me quase), estava completamente sopinha de massa e os pensamentos negativos mantinham-se: como é que fui gastar tanto nisto? Era um constante "levar as mãos à cabeça".

Ao terceiro dia resolvi retomar as pesquisas, desta feita em inglês. Tal como disse, não há muitos testemunhos em português e aqueles que encontrei não me pareceram muito isentos (provavelmente associados a publicidade). Nas pesquisas deparei-me com uma plataforma onde são partilhadas experiências pessoais com os mais variados tipos de tratamentos, essencialmente estéticos, nomeadamente o invisalign. Veio salvar toda a situação.

Li alguns dos testemunhos e fixei-me especialmente num que dizia "just stick to it [invisalign] the first two weeks and you will survive" (aguentem as primeiras duas semanas [com o invisalign] e irá correr tudo bem). Li o testemunho até ao fim e revi-me em cada detalhe. Foi tranquilizador concluir que tudo o que estava a sentir era natural — toda a saliva em excesso, a dificuldade a falar, a sensação de boca demasiado ocupada. Relaxei e pensei isto vai melhorar.

As semanas seguintes

Estou a fazer o tratamento há quase dois meses e meio, já vou no quinto conjunto de aligners (relembro, são alterados de duas em duas semanas). Na primeira consulta trouxe logo seis conjuntos (para três meses) e no início de Agosto tenho nova consulta (para ver a evolução e trazer novos aligners). Como é que está a ser? Houve algo que li no tal testemunho que se aplica totalmente: já é estranho estar sem os aligners — o que resume o à-vontade com que estou. Coloco-os logo após cada refeição (depois de lavar os dentes, claro).

Já é tudo muito metódico: retirar, tomar o pequeno-almoço, lavar os dentes e voltar a colocar. Sempre assim para cada refeição. E na realidade, no dia-a-dia, quase que nem me lembro que estou a utilizar. Falo normalmente (por vezes ainda me sai um "s" mais prolongado mas nada como no início), utilizo-os o máximo de tempo (idealmente 22 horas por dia, sobrando duas horas para as refeições) e não dou por eles. Quando acordo nem me lembro que os tenho até ter de os tirar para o pequeno-almoço.

Há quem tenha notado logo num primeiro contacto — Ah, estás a usar um aparelho! — há quem não tenha reparado sequer — Pai, já estou a usar o tal aparelho de que lhe falei (pausa para olhar atentamente para mim) Querida, não se nota nada! — A verdade é que cumpro as 22 horas diárias sem dificuldade, estou sempre com o aparelho, é raro passar mais tempo sem o mesmo. Tirando o pânico e ansiedade inicial, que me caracterizam, está a correr a 100% e não estou nada arrependida.

26.6.16

invisalign

Uma das novidades dos últimos tempos: voltei a utilizar um aparelho nos dentes, desta vez o Invisalign. A sério? Mas não precisas! - Dizem as pessoas queridas que me rodeiam. Sim, é verdade, não creio ter uma situação muito notória ou "chocante" mas a verdade é que não tenho os dentes tão direitos como quero (ou como já tive - talvez a razão principal até seja essa, saber que já os tive perfeitamente direitos) e se é algo que se pode corrigir... Why not?

Usei aparelho fixo na adolescência. Correu bastante bem. O tratamento demorou algum tempo (ao redor de três anos, creio) mas lidei bem e entrei nas brincadeiras dos colegas (era a caminhos-de-ferro da turma). Não fiquei com qualquer trauma até porque estava a tornar-se comum na altura (há 15 anos atrás). No entanto, por diversas razões (não utilização de aparelho de contenção, nascimento dos sisos, etc.) o efeito do tratamento perdeu-se um pouco e alguns dentes voltaram a encavalitar.

Já há algum tempo que andava com vontade de corrigir a situação mas com muito pouca vontade de utilizar fixo novamente. Por razões estéticas, acima de tudo. Não me imaginava com um aparelho fixo mais dois anos e comecei a procurar outras soluções. Deparei-me rapidamente com o Invisalign e fui a dois consultórios em Lisboa para perceber se o meu caso era elegível e pedir orçamentos. Um pouco mais caro que o aparelho fixo - mas não chocantemente mais - e sim, o meu caso era elegível.

Andei um pouco hesitante, mas no início deste ano decidi que era um assunto que queria ver despachado e voltei a uma das clínicas onde tinha ido - aquela onde senti que dedicaram mais tempo a explicar-me como funcionava este método e a analisar o meu caso (não a mais barata mas falarei sobre isso mais tarde). Decidi avançar. Fiz as radiografias e moldes necessários e o processo seguiu para os EUA, onde os aparelhos são preparados. Comecei a utilizar em abril.

to be continued

o regresso

Quase três meses sem aqui vir. Quase todos os dias me lembro do blog, e do bem que me sabe escrever e ir contando os meus dias. No entanto, creio que quanto mais tempo passa mais difícil se torna o regresso - acontece-me o mesmo com o ginásio, quanto mais vou mais sinto vontade de ir mas quando estou uma semana sem ir o regresso torna-se mais difícil. É (tem sido) o mesmo com o blog. E com a leitura, por exemplo.

Precisava de me orientar na frente profissional. Assumi um novo desafio que me ocupou bastante os primeiros tempos, nomeadamente algumas noites e fins-de-semana, até ganhar um certo à-vontade. Felizmente, já entrou tudo nos eixos e espero retomar alguns dos hobbies que me preenchem, como o blog. Há sempre tanto para contar (e tenho tantas publicações nos Rascunhos, nomeadamente da ida a Nova Iorque, por publicar).

Estou de volta :)

4.4.16

ausência

Still alive, still here, sem tempo para muito além do trabalho. O que é bom, claro - mas estou a falhar noutras frentes. Não me tenho conseguido desdobrar no campo da amizade: não levo uma única combinação até ao fim, cancelo todos os encontros, cafés e copos combinados. Todo o tempo livre é dividido entre Manel, família próxima e ginásio (despertador às 06:50 - não tenho falhado as três idas por semana!). É uma questão de adaptação e eu demoro a adaptar-me, a encontrar o meu ritmo. Espero que entre tudo nos eixos em breve - e voltarei com novidades.

(Entretanto fiz anos! #trintamenosum)

18.3.16

das newsletters


Fotografia de Galymzhan Abdugalimov | Unsplash

Estou há algumas semanas com trabalho mais intensivo durante a semana, o que tem feito com que desligue mais ao fim-de-semana (não totalmente, mas mais, pela minha sanidade) e o que me trouxe de volta o sabor das sextas-feiras - que é maravilhoso. Chegar a sexta-feira à noite é maravilhoso. Esboçando um pequeno exemplo da minha felicidade: hoje, que consegui terminar a horas decentes, fui direita ao frigorífico para celebrar com uma querida mini. Um copo à sexta-feira, tal como a sexta-feira, tem outro sabor.

[No entanto constatei que estamos sem cerveja em casa. Costumamos ter sempre no frigorífico, para uma eventualidade ou para sextas-feiras à noite, mas parece que se acabou. Humm, apetecia-me mesmo. Felizmente há substituições. A garrafa de vodka que um amigo polaco me ofereceu há uns tempos piscou-me o olho e eu pensei why not? Na verdade trabalho com e para russos, parece-me mais que apropriado :) Tudo isto para vos dizer que escrevo com um vodka tónico ao lado]

Tenho sentido que tenho muito para contar mas na realidade os dias têm sido um pouco intensos e chego à noite farta cansada de computador. O Manel é testemunha, há dias em que só me movo entre o escritório, a casa de banho e a cozinha. Acho que o que me safa é o facto de ser bastante organizada. Tenho tudo apontado, para que nada me escape, e faço questão de não deixar questões pendentes ou por resolver para o dia seguinte. Não há nada como adormecer com a sensação de missão cumprida.

Entretanto há uma medida que tenho vindo a tomar ao longo dos últimos dias e que se tem provado oportuna. Acho que vale a pena partilhar por aqui. Às vezes leio - ou melhor, traduzo - artigos com sugestões para aumentar a produtividade (apesar do tom de auto-ajuda, adoro, são sempre divertidos). Uma sugestão comum é: defina três momentos do dia para consultar o e-mail - de manhã, a meio do dia e ao final do dia - para evitar distracções. Pois bem, é algo que não consigo fazer.

Não consigo estar bem com a sensação de será que me disseram alguma coisa? Prefiro ser "interrompida" com mais frequência mas saber que lido com os assuntos no momento - ou que sei o que se está a passar (pode ser um sinal dos tempos, de vivermos tão no imediato, mas na realidade sou assim desde sempre). Como recebo os e-mals em pop-up, estou a trabalhar e aparece-me uma janelinha de lado, com o remetente e assunto, logo consigo perceber do que se trata - e prefiro assim, mesmo que não responda logo.

Acontece que sou (somos) invadidos por newsletters e campanhas publicitárias que fomos subscrevendo, e não subscrevendo, ao longo da vida (ou dos últimos 10 anos, vá) - e mesmo que não abramos os e-mails, acabam por distrair. Solução? Ao longo das duas últimas semanas tenho vindo a fazer unsubscribe a tudo o que são newsletters indesejadas. Se gosto de saber as novidades da Lanidor ou da Women's Secret? Sim, mas não têm de interromper a minha tradução sobre o PSI20. Não combina :)

Posso sempre visitar os sites por iniciativa própria e, para quem não resiste a compras (not exactly me), não faz mal nenhum à carteira não ter lembretes para as novas colecções. Fica a dica! 

15.3.16

a história de quando o manel aprendeu a fazer sopa

É curioso mas tenho sempre vontade de cozinhar à segunda-feira, creio que por ter as baterias carregadas do fim-de-semana. Da mesma forma, à sexta-feira tendemos a fazer coisas mais práticas (pizzas ou tostas caseiras) precisamente pelo cansaço acumulado e preguiça de estar muito tempo na cozinha. Costumamos estar em sintonia :) Mas voltando à segunda-feira, ou a ontem: tinha um enorme saco de cenouras no frigorífico e decidi fazer o creme de cenoura que andava a adiar. Comecei por cortar a cebola, a parte que gosto menos (choro sempre e não gosto do cheiro que fica nas mãos) enquanto o Manel preparava salmão para o jantar. Passei para as cenouras. Ia a meio do saco quando distraída não cortei apenas a cenoura: um pequeno pedaço de polegar da mão esquerda. "Manuuuuu" chamei (entretanto tinha-se escapulido para a sala). Nunca me tinha cortado tão profundamente e vi o caso mal parado - gosto bastante de ver séries passadas em hospitais e já assisti a operações ao vivo (long story) mas sou um pouco mariquinhas sensível comigo, já imaginava o meu dedo a ser amputado. Resultado: fiquei atarantada e desatei num pranto. Tentámos resolver em casa mas acabámos por ir à farmácia (se estivesse sozinha tinha ido a correr para o hospital. Sim, sou essa pessoa).

Na farmácia deram-me um spray cicatrizante e pensos - mas mal olharam para o corte. Voltei refilona e estive toda a noite assim. O meu trabalho é teclar, horas e horas a teclar, preciso das minhas mãos decentes. Foi só o polegar mas influencia tudo - e acima de tudo o humor. Mas bem, regressados a casa, retomámos as tarefas deixadas a meio. Foi nesse momento que o Manel me proibiu de tocar nas cenouras, na faca, e em tudo o resto, assumindo a responsabilidade pela sopa - o que não é nada de extraordinário, pois costuma cozinhar. No entanto, apesar de muito prendado no que toca a petiscos ou pratos de carne e de peixe, há duas coisas que nunca o vi fazer: sobremesas e sopas. Pois bem, ontem foi o dia. Orientei só aqui e ali, nos ingredientes que faltavam, e depois novamente no fim, na parte de passar com a varinha mágica. Resultados: o meu dedo continua por cá, não com grande aspecto e a chatear-me um pouco; o creme de cenoura, que provámos hoje ao almoço, ficou óptimo; e o Manel ficou entusiasmado com a potencial aquisição de acessórios culinários que facilitem a preparação de sopas e afins e protejam os dedos cá de casa. Quase final feliz. Espero que o dedo volte ao normal depressa. Sou péssima doente, admito.

9.3.16

últimos tempos

Nunca andei tão desaparecida daqui. A verdade é que a semana passada foi mesmo muito preenchida com trabalho - com vários trabalhos e muitas horas dedicada aos mesmos - e o fim-de-semana foi passado fora. Adaptação, logística, stress (algum) são as palavras que a definem melhor. Esta semana está a ser bem mais controlada - e até consegui voltar ao ginásio hoje de manhã (não ia desde a segunda-feira passada, há meses que não fazia um intervalo tão grande). Em modo expresso:

Duas conclusões dos últimos tempos: (i) o ginásio faz-me uma falta tremenda - já por aqui disse que a energia, e a capacidade de trabalho e de foco, são muito superiores nos dias em que vou de manhã ao ginásio (é mesmo incrível); e (ii) tinha saudades de ter um grande volume de trabalho em mãos - quanto mais trabalho mais me apetece trabalhar. Sempre gostei de trabalhar (e não tenho estado parada) mas a dose dos últimos tempos reforçou o feeling.

Três verdades cruas dos últimos tempos: (i) estive sem sair de casa entre segunda-feira às 9h e quinta-feira às 16h (true story, acho até que empalideci); (ii) houve dois dias em que não tomei banho - luxos (?) de quem trabalha em casa (calma: higiene básica e mudança de roupa garantidas); e (iii) houve dois dias em que trabalhei todo o dia de pijama - acho que nunca o tinha feito e não gostei. Parece-me, sinceramente, que bloqueia a produtividade.

Por hoje é tudo. Volto amanhã.

[Não Inês, não sou eu na fotografia - mas podia ser, é o que mais tenho feito nos últimos tempos: teclar, teclar, teclar] - Fotografia de William Iven | Unsplash

7.3.16

sem título

Hoje, na ressaca de um fim-de-semana juntas, desejei que tivéssemos a mesma idade - para poder adormecer no conforto da ideia de que seremos companheiras até ao fim.

29.2.16

14 horas

Levantei-me às 7:10 para ir ao ginásio. Pequeno-almoço reforçado e segui mas não fiz tudo o queria. Costumo ir um pouco mais tarde e faz a diferença: quanto mais cedo - ou quanto mais tarde - mais lotado. Entretanto, estou em frente ao computador desde as 9 (são 23:05). Almocei e lanchei em frente ao computador. Fiz pausas para encher a garrafa de água, ir à casa de banho e fazer duas chamadas-relâmpago.

Não é nada de novo, já o fiz diversas vezes, e não estou cansada (a prova é que ainda vim aqui, ao meu-querido-blog, dar notícias). É apenas um pouco assustador por ainda ser apenas segunda-feira. É assustador por ser um mundo novo (com responsabilidades novas) mas é também entusiasmante. É um assustador bom. Sou um pouco bipolar nestas coisas.

É provável que ande mais desaparecida estes dias.
Mas volto :)

24.2.16

(fotografias) do frio

Está aqui o Manel a dizer que se prevê um fim-de-semana de frio. Para todos aqueles que reclamam o regresso da época quente deixo por aqui alguma inspiração invernal do (meu) Unsplash. O Inverno pode ser tão bonito! [O Unsplash é um repositório de fotografias de alta qualidade que são disponibilizadas pelos seus autores para utilização livre - tão livre que nem é exigida a referência ao autor (no entanto partilho sempre o nome do artista - é o mínimo que posso fazer para agradecer)]. A minha selecção de fotografias sob o tema "winter":




Fotografias (por ordem): Roxane Clediere | Paul Itkin | Sorina Bindea | John Salzarulo | Maria